quinta-feira, 14 de janeiro de 2016

Marcell Castro e Barra Mansa

UMA HISTÓRIA DE AMOR À BARRA MANSA

1920 - Avenida Joaquim Leite

     Quando as pessoas me perguntam se eu gosto de Barra Mansa, respondo com alegria que sim, pois: "São 100 anos de Barra Mansa!", logo as pessoas se espantam. Claro que eu não tenho cem anos de idade. 
     É que neste ano de 2016, comemora-se o primeiro centenário da vinda de minha família a Barra Mansa; dos Pereira Nunes, que aqui chegaram por volta de 1916.

     Vindos de Piraí, meus bisavós Modestino Pereira Nunes e Hortência Thereza Duprat, chegaram com seus três filhos ainda crianças. Já em Barra Mansa residiram na rua São Sebastião, depois moraram na Av. Joaquim Leite. Na nossa querida cidade, nasceram mais quatro filhos, incluindo minha avó.
1922 - Estação da Estrada de Ferro Oeste Minas.
Foi nesta estação que desembarcaram os mineiros.

     A vinda deles para a nossa cidade, representou um marco. Vô Modestino Pereira Nunes é considerado o primeiro guarda-livros do município - profissão hoje equivalente a de contador; e seus serviços muito contribuíram para o progresso econômico de nossa bem amada Barra Mansa.

      Após o fim da primeira fase econômica, da agricultura (principalmente a cafeeira) no fim do século XIX, Barra Mansa viveu grande decadência econômica. Felizmente voltou a se recuperar com a segunda fase: pecuária. Outro fato relevante foi o prolongamento da Estrada de Ferro Oeste de Minas, ligando Barra Mansa a Ribeirão Vermelho e Perdões - MG (terra da família Castro).
Junho de 1916 - Anúncio de meu bisavô no
Jornal A Gazetinha, oferecendo serviços
contábeis - Acervo GREBAL

     Em 1916 a cidade era alegre, cheia de casas formosas, pequenos palacetes, mocinhas de vestidos elegantes, e homens de fino trato. Barra Mansa crescia aos olhos e aos ouvidos de toda a redondeza. Levas de migrantes vieram ao município, vindos de diversos 
lugares, mas principalmente do Sul de Minas. Antes, na mesma década de 1910, haviam sido inauguradas a iluminação elétrica do Centro - vindo de uma pequena usina na Fazenda Santo Antônio (atual bairro Colônia), o primeiro cinema da cidade (Éden), a primeira empresa telefônica. 
     Com o progresso constante da cidade, meus bisavós vieram para cá, onde estabeleceram-se definitivamente.

     Modestino Pereira Nunes passou a publicar anúncios no Jornal A Gazetinha, oferecendo seus serviços. Partindo de Barra Mansa, viajava de trem por vários lugares da região, para fazer a contabilidade de armazéns, fazendas etc.
Década de 1920 - Av. Joaquim Leite

     Mais tarde após peregrinarem em várias cidades do Sul de Minas, meu avô Juca, e algum tempo depois os pais dele (família Castro), também fixaram-se definitivamente em Barra Mansa.

     O município expandiu-se vertiginosamente, na década de 1930, chegou a ser um dos maiores produtores de leite do país. Nessa época vieram grandes empresas; era a terceira fase econômica: industrial. Destaca-se: 1930 - Moinho Fluminense S/A; 1937 - Nestlé, Siderúrgica Barra Mansa e Barbará; 1941 - CSN; 1947 - Dupont.

     Mais tarde entramos na quarta fase: comercial - Barra Mansa tornou-se um grande centro financeiro, o melhor e mais diversificado da região, pessoas de diversas cidades vinham aqui fazer compras.
     Outro fator relevante: As grandes empresas transportadoras que multiplicaram-se em nosso território.

CIA Metalúrgica Barbará, onde meu avô
trabalhou.
     Cresci escutando estas histórias; aprendi com os mais velhos a respeitar a nossa cidade,  e de parentes que não gostavam que falassem mal de Barra Mansa.

    Quando meu avô me levava ao colégio, me dava a sua mão, e passávamos por toda extensão das ruas São Sebastião e Bernadino Silva, até chegarmos ao Jardim Favo de Mel (que na época ficava ao lado da Clícia Academia), e depois quando estudei no Verbo. Naqueles doces dias, me lembro com emoção, que no dia em que não estávamos atrasados, ele me levava por baixo, pelas avenidas Joaquim Leite e Domingos Mariano, até o colégio! A Av. Joaquim Leite era esplendida, me fascinava, e antes de chegarmos ao Supermercado Floresta para comprar a merenda do recreio, olhava um grande prédio a ser construído, ao lado do Ed. Villa Lobos... e que até hoje esta em construção.
1992 - Av. Joaquim Leite, SABEC, e casarão
em que hoje é o escritório do 

Dr. Hércules Anton Advogados

     Quase todos os domingos, minha mãe me levava ao Parque Centenário - (Jardim das Preguiças), onde eu brincava com parentes, comia pipoca, andava no Trenzinho da Alegria, e conheci pela primeira vez o Palácio Barão de Guapy - palco de grandes acontecimentos da história barramansense.

    No Colégio Verbo Divino aprendi a cantar a doce canção do Hino à Barra Mansa. Na 2ª série Tia Christiane Viana, a professora, me ensinou mais sobre a história da cidade, aprendi sobre o Barão de Ayuruoca, a Fazenda da Posse, sobre os nossos distritos e várias outras cousas.
Livro antigo meu do Colégio Verbo Divino,
que me ensinou cousas sobre Barra Mansa.

     No início da adolescência, quis conhecer a todos os bairros de minha cidade, de 13 a 15 anos,visitei muitos lugares de bicicleta, e comecei a integrar equipes de ciclismo semi-profissionais.

     Vi a desigualdade sócio-econômica entre as diversas localidades de nossa cidade, quanto mais conhecia Barra Mansa, mais queria conhecer.

     Nunca concordei com o fato de nosso município, que já foi um dos mais prósperos do Brasil, entrar outra vez em decadência, a história absurda da compra de votos dos vereadores para a emancipação de Volta Redonda, a posterior mudança de divisas contra Barra Mansa, a emancipação de Quatis - que também levou os distritos de Falcão e Ribeirão de São Joaquim -, a perda da cidade de sedes de instituições regionais: (Receita Federal, sede regional do MP, a Polícia Federal, a sede do 28º Batalhão da PM, a gerência do INSS), para Volta Redonda, essas histórias me entristeceram.
2013
Colégio Verbo Divino, onde estudei.

     Comecei a desenvolver projetos, e a estudar mais sobre Barra Mansa, boa parte do que sei aprendi em diversas conversas com Alan Carlos Rocha, que foi o primeiro a me convidar para ser candidato nas eleições, com a idade mínima constitucional para isto.

     A minha história, e de minha família estão muito relacionadas com Barra Mansa. O modo de ser, de viver, e de pensar barramansense, as expectativas, e os sonhos destes povos, entre outras cousas da cidade fazem parte de minha vida.
2007 - Eu no cartão postal da cidade.

     Procuro saber tudo sobre a cidade, já acumulei muitos livros e publicações relacionadas a cidade. Desde 2009 componho poemas à Barra Mansa, queria contribuir de alguma forma com o bem-estar de nossa cidade.

     Os nossos artistas, os nossos clubes, as famílias antigas, os nossos mineiros, os nossos bairros, as velhas fazendas e palacetes, as florestas, a nossa cultura, nossa culinária, nossas festas, as nossas florestas, tudo isto constitui algo ímpar. Barra Mansa é uma cidade sensacional, especial! Única onde há lendas, onde convivem vilões e heróis, verdadeiros mitos. Aqui acontecem cousas sem igual, em nenhum outro lugar deste país.
2013 - evento cívico

     Passear na Joaquim Leite, ficar em frente ao Café Capital aos sábados, correr no Jardim das Preguiças, comer pastel na feira da Vila Nova aos domingos; dar desculpa que foi o trem que fez chegar atrasado aos compromissos, entre outras peculiaridades.

    Barra Mansa é ao mesmo tempo: cosmopolita e provinciana; mineira, paulista e fluminense; urbana e rural; comercial e industrial; chique e desengonçada; majestosa e tímida; progressista e conservadora. Mas sobretudo capaz de superar e se destacar.

     Na atualidade, o município esta ultrapassado pelas cidades vizinhas, não é mais a joia do Sul Fluminense, o grande centro econômico, e de oportunidades que outrora trouxe meus antepassados, e tanta gente, vinda de muitos lugares.

2013 - Discursei aos membros da Associação
Comercial e Industrial de Barra Mansa
     Nos dias de hoje, muitos jovens mudam-se para outras cidades, em busca de melhores condições de emprego, de vida. Devemos lembrar que por várias vezes, já vivemos períodos de estagnação econômica, e todos eles superados. Com certeza as gerações futuras nos cobrarão pelas ações do presente, pelo que fazemos por nossa cidade, o amanhã será a colheita do que plantamos hoje.

     Barra Mansa não tem problemas, tem desafios!
     Devemos ter esperança e principalmente fé, e agir com prudência, honradez e galhardia! Acredito que vamos ser uma das maiores e melhores cidades do Brasil. Lembro alguns versos que compus ao finalizar meu poema "O 183º" - em 2015:


Barra Mansa

FORMOSA PRINCESA,
CHEIA DE AMORES!
HÁ MUITA BELEZA
NOS SEUS SABORES!

PELO TEU SUCESSO,
ALMEJA O MEU CORAÇÃO!
COMPONHO OS MEUS VERSOS,
CHEIOS DE MUITA PAIXÃO!

MARCELL CASTRO
Ponte dos Arcos, pelo fotógrafo Fábio Guimas.

2 comentários:

  1. Caro Marcel, venho agradecer pelo honroso prestígio de vossa parte em expor em vosso Blog meu trabalho da ponte dos arcos.
    Não sei a quanto tempo está postada aqui mas somente agora percebi.
    Muito obrigado e sucesso!
    Atenciosamente: Fábio Guimas

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    1. Agradeço as palavras Fábio! Esse página foi criada para divulgarmos nossa cidade, Barra Mansa é uma cidade incrível, única em todo o planeta, temos de ama-la de cuida-la. O resgate da história de Barra Mansa, é importante para construirmos um porvir melhor! Em breve o blog terá atualizações constantes!

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